Autoras: Hilari Kristinni Aguiar Marcelino & Nara Cristina Marcolino.

A possível reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos em 2024 está gerando um intenso debate global sobre os potenciais impactos políticos, econômicos e sociais de um segundo mandato. Conhecido por sua abordagem controversa e unilateralista, o ex-presidente promete reintroduzir e ampliar diversas políticas implementadas durante seu governo anterior, o que tem provocado tanto fervoroso apoio quanto críticas contundentes (Corrêa, 2024).

Donald Trump emergiu como uma figura polarizadora não apenas nos Estados Unidos, mas também no cenário internacional. Sua plataforma política enfatiza a priorização dos interesses americanos, frequentemente expressa na política de “America First”, que visa fortalecer a economia nacional e reverter o que ele descreve como décadas de políticas comerciais injustas e acordos internacionais desfavoráveis aos Estados Unidos (Corrêa, 2024)     . Entre suas propostas econômicas estão o aumento de tarifas sobre produtos estrangeiros, com o potencial de elevar as taxas alfandegárias para até 10% em todos os produtos importados e até 60% para produtos chineses (AFP, 2024). Essas medidas visam proteger a indústria doméstica e promover a criação de empregos dentro dos Estados Unidos, afirmando que estes impostos podem permitir o combate a “países que tentam tirar vantagem” na sua nação. Mas também geram preocupações significativas quanto a uma possível guerra comercial global e seus efeitos adversos sobre a economia mundial.

O renomado economista Nouriel Roubini, conhecido por prever a crise financeira de 2008 e apelidado de “Dr. Doom”, expressou sérias preocupações quanto aos impactos econômicos globais de uma eventual reeleição de Trump. Em um artigo publicado no Project Syndicate e amplamente divulgado em 6 de março de 2024, Roubini alertou que uma nova administração Trump poderia reacender o protecionismo e a guerra comercial, potencialmente diminuindo o crescimento do PIB, aumentando a inflação e agravando a dívida pública dos Estados Unidos (Barrella, 2024).

No campo da política externa, Trump promete uma abordagem mais isolacionista e transacional. Durante seu primeiro mandato, ele desafiou convenções diplomáticas estabelecidas ao reconsiderar acordos internacionais como o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas e a participação dos Estados Unidos em organizações multilaterais como a Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma reeleição de Trump poderia resultar em uma continuidade dessa política, impactando negativamente a cooperação global em questões cruciais como segurança internacional e mudanças climáticas (Corrêa, 2024).

Além das questões econômicas e diplomáticas, Trump tem como foco central de suas propostas a imigração. Durante seu primeiro mandato, implementou políticas severas de controle fronteiriço e deportação, posicionando a imigração como uma questão de segurança nacional e alegando proteger os empregos americanos. Promete-se que uma reeleição fortaleceria ainda mais essas políticas, potencialmente aumentando as tensões sociais e políticas dentro dos Estados Unidos e atraindo críticas internacionais por violações de direitos humanos, onde o republicano afirma que vai “acabar com a fraude nos pedidos de asilo”, esses que seriam recusados, sob a alegação de que os imigrantes podem trazer doenças como sarna ou tuberculose (Corrêa, 2024).

Os defensores de Trump argumentam que suas políticas são necessárias para proteger os interesses nacionais americanos e revitalizar setores econômicos que foram prejudicados pela globalização. Eles veem suas propostas como uma forma de garantir segurança econômica e prosperidade para os cidadãos americanos, apesar das preocupações sobre os custos econômicos e sociais a longo prazo (AFP, 2024).

Por outro lado, críticos alertam para os potenciais danos à imagem internacional dos Estados Unidos, à cooperação global e aos direitos humanos sob uma liderança que prioriza uma abordagem unilateral e nacionalista, visto em enquanto presidente Trump ameaçou retirar os EUA do Otan, criticando aliados europeus por não investirem o suficiente em suas próprias defesas e dependerem excessivamente da ajuda americana (Corrêa, 2024). Eles enfatizam a importância de uma liderança que promova valores democráticos, direitos civis e cooperação internacional para enfrentar desafios globais cada vez mais complexos.

Em conclusão, a eleição presidencial de 2024 nos Estados Unidos não será apenas uma escolha entre candidatos, mas uma decisão que mudará significativamente o futuro do país e suas relações internacionais nos próximos anos. A decisão dos eleitores americanos terá repercussões globais que vão além das fronteiras nacionais, influenciando a dinâmica econômica global, a estabilidade política e a cooperação internacional em um mundo interconectado e interdependente (Corrêa, 2024).

 

 


*A presente notícia foi uma colaboração com a coordenadoria do financeiro do GEO (grupo de estudos e pesquisas em relações internacionais).

Referências:

BARELLA, José Eduardo. Eleição de Trump é a maior ameaça à economia global, prevê “Doutor Apocalipse” NeoFeed, 6 mar. 2024. Disponível em: https://neofeed.com.br/economia/eleicao-de-trump-e-maior-ameaca-a-economia-global-preve-o-doutor-apocalipse/. Acesso em: 23 jun. 2024.

 

CORRÊA, Alessandra. Como seria um novo mandato de Trump?, BBC, 6 mar. 2024. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cek7441l2mjo. Acesso em: 23 jun. 2024.

 

AFP, Agência de notícias. Qual seria o impacto do programa econômico de Donald Trump nos EUA? Exame, 24 maio. 2024. Disponível em: https://exame.com/mundo/qual-seria-o-impacto-do-programa-economico-de-donald-trump-nos-eua/. Acesso em: 23 jun. 2024.


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