Autor: Milena Alegre

Com uma trajetória de superação, as nossas mulheres do futebol se mostraram grandes guerreiras, superando obstáculos dentro e fora de campo.

O resultado pode até não ter sido o que desejamos para a rainha do futebol, Marta, e suas companheiras. Mas, fato é: todas elas se mostraram dignas de toda visibilidade e vitórias que as levaram até a medalha olímpica.

Fazia 16 anos que nossa seleção feminina de futebol não chegava a uma final olímpica. A última vez havia sido em Pequim 2008, edição na qual saímos com a medalha de prata diante das mesmas adversárias, as estadunidenses.

Mas, o que essas mulheres fizeram hoje dentro de campo diz muito sobre o espírito esportivo, de lutar até o final. Por isso, vamos rever um pouquinho da trajetória das nossas amazonas.

Em 2023, foram as primeiras a garantir a vaga nas Olímpiadas de Paris 2024 em nome do Comitê Olímpico Brasileiro. Enquanto o time de futebol masculino, grande promessa brasileira, nem se classificou, a equipe feminina quebrou o tabu e superou as expectativas chegando a uma final olímpica histórica.

Créditos: Mídia NINJA / Facebook

Já em Paris, disputaram 6 jogos em todo o ciclo olímpico, sendo a fase de grupos um tanto quanto caótica para a nossa seleção. Dos três jogos, o Brasil ganhou somente um, contra a Nigeria, disputado no dia 25/07, e ficou dependendo do rendimento dos times dos demais grupos.

Mas a determinação dessas meninas falou mais alto. Passaram da fase de grupos ocupando uma das últimas vagas de acesso, tendo que enfrentar as anfitriãs nas quartas de final.

Sem a Marta (que havia sido suspensa da partida) e com mais de 18 minutos de acréscimo, a seleção estava por um triz. Mesmo assim se mostraram superiores as francesas e ganharam o jogo com muita garra. Graças ao gol de Portilho e uma atuação fenomenal de Lorena que permitiram o placar terminar 1 a 0 em prol das brasileiras.

Crédito: Rafael Ribeiro Rio / CBF

Avançando para as semifinais, a equipe se reencontrou com o time espanhol, que às trouxe uma derrota por 2X0 na fase de grupos.

Marta continuava afastada nesse jogo e Tamires também ficou exclusa devido a uma lesão, assim restou a vencedora de 6 bolas de ouro assistir ao baile que suas companheiras de equipe fizeram dentro de campo. Mesmo com mais 16 minutos de acréscimo, a seleção brasileira fechou o placar com 4 x 2 em cima das atuais campeãs mundiais.

Os gols foram proporcionados por Irene Paredes (gol contra que nos deu a vantagem de 1 a 0 ainda nos 10 primeiros minutos de jogo), Gabi Portilho também garantiu o seu, seguido por Adriana e Kerolin.

Crédito: Marcio Machado/Eurasia Sport Images/Getty Images

Infelizmente, a final não seguiu o mesmo fluxo de superação que os outros jogos tiveram. Entretanto sua história não foi apagada, conquistaram a prata quebrando os 16 anos de azar que tiveram, consagrando-se como a segunda melhor seleção entre as 16 que se classificaram para as Olimpíadas de Paris de 2024.

Foram três jogos difíceis, com muitos julgamentos e descrenças para as mulheres que tinham no peito o símbolo brasileiro e a vitória na cabeça. E dessa forma, sendo chamadas de “azaronas” sob a alegação de que “não sabiam jogar futebol”, que elas venceram nos momentos decisivos e orgulharam a todos os brasileiros.

De primeiras a garantirem a vaga em nome do Brasil até a medalha olímpica, elas fizeram história do início ao fim.


1 comentário

Manda Brasa: a História do Brasil nas Olímpiadas de Paris 2024 - GEO Conecta · agosto 16, 2024 às 5:01 pm

[…] do judô, das mulheres incríveis do vôlei de quadra e praia, das jovens da ginástica rítmica (e só não vou colocar o futebol nessa lista, porque esse pra elas tem até matéria própria). Mas, assim como as olimpíadas acabaram há alguns dias, também irei de encerrar essa […]

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