O aumento dos incêndios e o papel da Força-tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima

Autor: Ana Rafaela Rodrigues

Nas últimas décadas, o planeta tem sofrido com o aumento de temperatura decorrente do aquecimento global. Em 2024, a atenção vem sendo voltada aos incêndios, que se tornaram frequentes e de grande devastação. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Brasil já registrou 159.411 focos de incêndio desde o início do ano.

Mas este problema está longe de ser restrito ao nosso país. Em agosto, os incêndios foram responsáveis pela destruição de dezenas de casas em Atenas, na Grécia, atingindo uma área de 104 km². Portugal, por sua vez, passou pela pior sequência de focos de incêndios em anos, e o Primeiro-Ministro do país, Luis Montenegro, declarou estado de calamidade. Ademais, Austrália, Canadá, Chile, Portugal, Indonésia, Sibéria, Estados Unidos e outros países amazônicos também vem sofrendo com o fogo.

O impacto ao meio ambiente é enorme. Destruição de bens materiais, perda de biodiversidade, aumento das emissões de CO2 e devastação do solo se destacam entre as principais consequências. A saúde pública também entra em crise à medida que a exposição crônica às partículas de fumaça pode, além dos efeitos imediatos, como ardência na garganta, incômodo ao respirar, dor de cabeça e tosse persistente, favorecer o surgimento de alguns tipos de câncer, doenças hematológicas, hipertensão e Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), a longo prazo.

Pensando em minimizar os incêndios e frear o aquecimento global, o Brasil, ao assumir a presidência do G20, propôs a Força-Tarefa da Mobilização Global contra a Mudança do Clima (FT-Clima).

Mas o que é a Força-Tarefa da Mobilização Global contra a Mudança do Clima (FT-Clima)?

A Força-tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima é uma iniciativa brasileira de, juntamente com os países membros do G20, tratar com urgência da crise climática e propiciar uma transição energética global. Assim, visa “promover o diálogo de alto nível entre governos, instituições financeiras e organismos internacionais”.

Através dela, a troca de experiências é facilitada, o que clarifica os campos de convergência e oportuniza a formulação e implementação de planos de ação abrangentes e eficazes. O objetivo é, portanto, delinear estratégias colaborativas, que possibilitem o alinhamento com as metas estabelecidas pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e pelo Acordo de Paris.

No dia 13 de setembro, foi realizada a 4ª Reunião da Força-Tarefa, no Rio de Janeiro. Nela, foi reforçada a importância de uma força-tarefa que um financiamento, mudança do clima e meios de implementação. Segundo a Secretária do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, as prioridades da presidência brasileira foram aprovadas com êxito.