Autor: Ana Laura Gonçales
Brasil faz história, prêmio mais importante do festival vai para o Irã e polêmicas no tapete vermelho.
A 78a edição do maior festival de cinema do mundo, o Festival de Cannes, aconteceu entre os dias 13 e 24 de maio e reuniu centenas de estrelas e cineastas na cidade homônima ao festival. O evento, criado em 1946, tem 3 grandes momentos: o tapete vermelho – que reúne todos os tipos de celebridade em modelitos que dão o que falar nas redes -, a exibição de filmes que vão estrear durante o ano e a premiação – que enaltece os melhores filmes, melhores atores e melhores diretores dos filmes exibidos.
Neste ano, as polêmicas envolvendo o festival começaram antes mesmo do dia 13 de maio, quando, na véspera do evento, foi implementado novas diretrizes de vestimenta que proibiram a nudez no tapete vermelho e em qualquer outra área do evento, assim como o uso de vestidos com caudas longas ou volumes excessivos. Essas novas regras causaram certo burburinho nas redes, pois o evento tem grande apreciação dos internautas apaixonados pela moda, não pela parte do cinema em si, mas sim pelos looks que as celebridades usam no tapete vermelho.
Mesmo sob restrições e sujeição a expulsão, o glamour dominou e, principalmente no primeiro dia do festival, as caudas e volumes foram as protagonistas no tapete vermelho. Artistas como Isabeli Fontana, Irina Shayk e Heidi Klum usaram e abusaram de caudas e volumes, afrontando a organização do evento.
No evento, o Brasil brilhou em dose dupla com o filme “O Agente Secreto”, que foi exibido no dia 18 de maio e recebeu 15 minutos de aplausos, na imprensa internacional o filme chegou a ser definido como “thriller maravilhoso”, “obra prima” e “monumental”. O longa-metragem conta a história de um professor universitário que retorna ao Recife para reencontrar o filho caçula, apesar do risco que corre de ser perseguido em plena ditadura militar.
No dia 24 de maio, último dia do festival e dia da premiação, o filme brasileiro levou dois prêmios: o de Melhor Diretor, para Kleber Mendonça Filho, e o de Melhor Ator, para Wagner Moura. O prêmio de direção já é conhecido pelo Brasil, pois Glauber Rocha recebeu a consagração em 1969 pelo filme “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”, mas a honraria de Melhor Ator é um fruto inédito para nosso país.
Já o maior prêmio, a Palma de Ouro, foi consagrada para o longa iraniano “It Was Just an Accident”, um filme de suspense que acompanha a história de cinco personagens que sequestram um homem com uma perna falsa que se parece com aquele que os torturou na prisão e arruinou suas vidas. O filme traz um grande debate moral e é dirigido por um dos maiores diretores iranianos, Jafar Panahi, que já foi detido diversas vezes por suposta propaganda contra o regime iraniano.
Segue a lista de todos os vencedores do Festival de Cannes em 2025:
- Palma de Ouro: “It Was Just an Accident”, de Jafar Panahi
- Grand Prix: “Sentimental Value”, de Joachim Trier
- Prêmio do Júri: “Sirât”, de Olivier Laxe
- Melhor Diretor: Kleber Mendonça Filho, por “O Agente Secreto”
- Melhor Atriz: Nadia Melitti, por “Little Sister”
- Melhor Ator: Wagner Moura, por “O Agente Secreto”
- Melhor Roteiro: “Young Mothers”, de Luc e Jean-Pierre Dardenne
- Prêmio Especial do Júri: “Ressurection”, de Bi Gan
- Câmera de Ouro (filme de estreia): “The President’s Cake”, de Hasan Hadi
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://www.omelete.com.br/filmes/festival-de-cannes-2025-lista-de-vencedores