Autor: Sara Fabiano

A influência dos super-ricos em dobrar leis, moldar ativamente decisões estatais globais e até mesmo criar suas próprias regras é inegável. Mas o que acontece quando essas tentativas são frustradas e o dinheiro sozinho não consegue alterar a situação?

O empresário bilionário americano, Elon Musk, teve uma história tumultuada com o judiciário brasileiro desde as eleições de 2018, que revelaram um aumento significativo no poder da extrema direita brasileira. O Supremo Tribunal Federal (STF) vem trabalhando ativamente desde então para regular plataformas de mídia social, que se tornaram veículos para a disseminação generalizada de notícias falsas. Esse movimento inclui o bloqueio de contas que propagam ódio infundado e mentiras online, uma ação não favorecida por Musk, proprietário do atual “X”, anteriormente conhecido como Twitter.

Em 2021, Musk causou polêmica ao postar um meme na plataforma associando Alexandre de Moraes ao nazismo. Este incidente seguiu-se a Moraes autorizar uma operação policial contra apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro por disseminação de notícias falsas.

A mais recente fricção entre Musk e Moraes desenrolou-se em abril deste ano, quando o bilionário fez uma série de comentários no “X”, acusando Moraes de censura e até mesmo pedindo sua renúncia ou impeachment, alegando violações constitucionais.

A extrema direita muitas vezes argumenta que ações que violam os direitos humanos são apenas “liberdade de expressão” e não discurso de ódio. No entanto, o que irritou Musk foram as ações do STF para bloquear várias contas no “X” devido a discurso de ódio e disseminação de notícias falsas. Ele até ameaçou desafiar a ordem do judiciário brasileiro, contornar leis nacionais e desbloquear as contas. Após esses eventos, Moraes incluiu Musk nas investigações sobre milícias digitais.

Esta não é a primeira vez que Musk ataca decisões estatais sobre regulação das redes sociais, e certamente não será a última. Até onde pode levar o poder bilionário para Musk acreditar que ele tem o direito de intervir em assuntos e decisões do estado?

Este cenário destaca a necessidade urgente de regular a internet para prevenir atos criminosos. A internet não pode permanecer um domínio sem lei.


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