Autor: Gabriella Fernanda da Silva

Ao estudar qualquer acontecimento histórico busca-se entender o porquê, o quando e as consequências por ele gerado. Tendo isso em vista, a indústria automobilística, que ocupa diferentes áreas no mercado, desde carros de corrida, para transporte e para exibição, apresenta grande influência no mundo. Contudo, para chegar a esse nível, vivenciou e se adaptou a vários fatos na história que foram essenciais para seu desenvolvimento e progresso nos âmbitos tecnológico e cultural.

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Lei Seca e a Corrida NASCAR
A Lei Seca entrou em vigor em 1920 através da 18ª emenda da Constituição dos Estados Unidos. Perdurando por 13 anos, a emenda constitucional tinha como objetivo proibir a produção, o transporte, a comercialização e o consumo de bebidas alcoólicas.

Com o objetivo de acabar com a pobreza e a violência, a Lei Seca, controversamente, aumentou a corrupção, a criminalidade e enriqueceu as máfias que dominavam o contrabando das bebidas alcóolicas. No entanto, para o automobilismo, tal lei trouxe como consequência a criação do segundo esporte profissional, atualmente, mais assistido nos Estados Unidos: a NASCAR (National Association for Stock Car Auto Racing).

Deixando de lado o trágico desdobramento da aplicação da lei para a sociedade americana, quando se fala do mundo dos carros, a história é mais energizante e cheia de adrenalina. Com a proibição do consumo de bebidas alcoólicas, a única maneira delas chegarem aos bares ilegais era através do contrabando, cujo meio de transporte era o carro. Para o contrabando ser efetivo, os carros deveriam ser mais rápidos que os fiscais, sendo assim, deram início a uma série de modificações nos carros para que eles se tornassem cada vez mais velozes. Porém, também havia rivalidade entre os contrabandistas e, para resolver isso, eles disputavam corridas de carros.

Apesar de em 1933 a Lei Seca ter chegado ao fim, as corridas de carros continuaram e passaram a ser ainda mais populares. Entretanto, essas competições, além de não serem organizadas e regulamentadas, não eram seguras, resultando, em boa parte das vezes, em grandes acidentes.

Notando as lacunas desta prática, Bill France, também conhecido como Big Bill – piloto e ex-contrabandista -, decidiu criar um ambiente seguro e regrado para se realizar essas competições. Desse modo, em 1947, em Daytona Beach, Bill France se reuniu com alguns outros pilotos, mecânicos e donos de carros para fundar a Associação Nacional para Corridas de Carros de Série, mais conhecida pela sigla NASCAR. Nesse encontro, Big Bill estabeleceu algumas regras para as corridas e certificou-se que todos a seguissem. Dois anos depois, em 1949 na mesma praia, aconteceu a primeira corrida da NASCAR.

Fim da Segunda Guerra Mundial e os Hot Rods
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a sociedade americana, principalmente os soldados, devido aos horrores vivenciados durante o conflito e as crises enfrentadas no período, estavam buscando algo novo para se dedicar e divertir. Além disso, os combatentes acabaram adquirindo conhecimento substancial sobre mecânica, inclusive tendo praticado com veículos de grande porte e bastante sofisticados para a época. Desta forma, no pós-guerra, eles passaram a dedicar seu tempo em modificações de carros, tornando-os cada vez mais velozes e originando um modelo bastante famoso: o Hot Rod.

Com o conhecimento e as sobras das resistentes peças dos veículos utilizados no período de guerra, os ex-combatentes utilizaram da leveza e aerodinâmica dessas unidades para popularizar a cultura dos Hot Rods nos Estados Unidos e no mundo todo.

Referências:

Do contrabando à Nascar | HOT RODS AND MUSCLE CARS | HISTORY

A história dos Hot Rods | HOT RODS AND MUSCLE CARS | HISTORY


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