Autor: Milena Alegre

É fato que as Olimpíadas de Paris 2024 juntou um enorme público virtual e presencial, dando uma ótima visibilidade para atletas que dependem de patrocínios e vaquinhas, para se manter. Mas a realidade muda totalmente quando falamos das Paraolimpíadas.

Com transmissões simultâneas de todas as rodadas olímpicas, tanto pela CazeTV quanto pelo SportTV liberavam, para aqueles que se interessavam, o acesso ilimitado. As ondas de divulgação das redes sociais de times e atletas, até mesmo do Time Brasil alcançou marcos históricos ao se tornar a delegação com mais seguidores no Instagram.

Infelizmente, os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 tiveram seus direitos vendidos exclusivamente para a Rede Globo, que optou por transmitir apenas em rede fechada (SportTV) e ocasionalmente comentar em rede aberta sobre os resultados. Observamos assim, uma restrição ao acesso e consequentemente uma onda menor de comentários, vídeos e reconhecimento.

Por outro lado, enquanto nas Olimpíadas alcançamos a 20° posição com 20 medalhas, nas Paraolimpíadas recebemos uma chuva de medalhas, que impede de cair no esquecimento do brasileiro o quanto esse evento é grandioso e digno de muito mais.

Tomemos como exemplo a natação, modalidade a qual não trouxe nenhuma medalha olímpica, mas que trouxe dobradinha, recordes e até mesmo o maior medalhista paralímpico brasileiro. O nadador Gabriel, popularmente conhecido como Gabrielzinho, descreveu seu rendimento nos jogos como algo além dos elogios padrões: “sem dó, porque eu não nadei, eu amassei a prova”.

Gabrielzinho recebeu elogios nacionais e internacionais, tornando-se um dos atletas paralímpicos mais consagrados internacionalmente , por seu desempenho, carisma e superação.

E claro que ele não é o único dessa lista a conseguir tal feito. Com o Brasil terminando em 5° lugar e com quase 90 medalhas, nosso país fez a melhor campanha brasileira até então, assim, o que não faltam são histórias para contar e acompanhar.

Por isso, parabéns a todos os atletas que vão de coração e alma para as competições. Oriundos de projetos sociais, como o Associação Mariliense de Esportes Inclusivos (AMEI) que contou com seus representantes paralímpicos (a bicampeã Alana Maldonado no judô, a campeã Rebeca Silva também do judô e o velocista Daniel Martins), àqueles que tiveram melhores condições de treinos e acompanhamento, todos são ganhadores.


1 comentário

Emly Ferro · outubro 6, 2024 às 10:11 pm

Concordo totalmente com seu texto, pois quase não foi falado sobre as Paraolimpíadas e não vi nenhuma competição da modalidade totalmente diferentes dos jogos olímpicos que vi a maioria dos jogos. Precisamos de igualidade nas duas Olimpíadas e mais reconhecimento dos atletas.

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